Este tema é de extrema importância, pois vemos na sociedade os aspectos destrutivos deste sentimento, que tem provocado crise nos relacionamentos interpessoais e conjugais.
O ciúme nasce na criança, como outras emoções e sentimentos. Nós vivenciamos este sentimento em algum momento da vida, e está ligado a duas fases do desenvolvimento psicossexual: a primeira infância, quando a criança está completamente dependente dos pais, uma vez que se desenvolve numa relação triangular – filho, pai e mãe, e o complexo de Édipo, por volta dos quarto a seis anos, que frustra a criança pois ela percebe que não é mais o “centro do mundo”, que o amor não é unicamente para si e que os pais não a podem proteger completamente do mundo.
Provavelmente o medo de ser abandonado é o fantasma mais comum nos adultos ciumentos. O medo de que ninguém nos possa proteger e a suspeita de ser abandonado e rejeitado são os pesadelos da infância, mas também os fantasmas da maturidade.
A falta de confiança no sentimento do outro, que é transformada em medo de perder, acaba gerando o ciúme como um sentimento de possessividade em relação a algo ou alguém.
O sentimento de exclusão, possessividade, competição e orgulho podem misturar-se, porque o ciúme tem muitas raízes psicológicas, das mais antigas e mais patológicas até os comportamentos amorosos mais sadios.
É importante, portanto, quando se fala em ciúme, procurar identificar os componentes, como se faz em laboratório com os produtos alimentares, para não se deixar envenenar por eles.
Este sentimento pode apresentar um caráter positivo ou negativo. Positivo, quando alcança o sentido de cuidado ou zelo por algo ou alguém, mas negativo quando motivado pelo egoismo, pelo desejo que a pessoa amada não se relacione com outras pessoas ou controle excessivo, que pode transformar o ciúme em paranoia ou patologia.
Se às vezes o ciúme é o testemunho de um grande amor, a possessividade em todas as suas formas é sinal de insegurança pessoal e, lamentavelmente, é frequentemente mascarado por razões mais ou menos plausíveis.
Não se limita aos relacionamentos de casal, mas se estende às amizades e às ligações entre pais e filhos.
Os casos mais leves podem ser trabalhados com a ajuda da pessoa mais próxima, porém os casos mais graves exigem um tratamento através da psicoterapia que passa por um reforço da auto estima e da valorização da auto imagem.
Alguns podem pensar que ciúme é coisa do passado, mas até o ciúme se modernizou, tornou-se hi-tech, passa pelo computador, pelas mensagens de celular, pelos últimos prodígios da tecnologia. Sim, porque se a Internet e as mais recentes tecnologias nos oferecem novos modos de nos comunicarmos, novos lugares para nos apaixonarmos e declarar o nosso amor, criam também novas ocasiões e novos motivos para sermos ciumentos.
Diante desta realidade precisamos trabalhar o nosso campo psicológico através da valorização, fortalecimento da auto estima e auto segurança pois não temos como negar a existência do ciúme e o quanto ele cria embaraço e sentimento de culpa nos relacionamentos.
E o que a Bíblia Sagrada diz sobre o ciúme? No primeiro livro de Samuel 18.7-9, lemos: “E as mulheres, dançando, cantavam alternadamente: ‘Saul matou milhares, e Davi matou dezenas de milhares’. Saul não gostou nada do que as mulheres cantavam e ficou muito zangado. ‘Que história é essa?’, disse ele. ‘Elas atribuíram a Davi dezenas de milhares e a mim somente milhares. Daqui a pouco vão declará-lo rei’. Dessa ocasião em diante o rei Saul começou a ter ciúmes de Davi”.
A partir daí, o coração do rei Saul se encheu de ciúme e o rei tornou-se inimigo de Davi perseguindo e procurando matá-lo.
Quando o ciúme enche o coração de uma pessoa ela perde o controle da suas ações, uma vez que o sentimento vai influenciar o pensamento que levará a pessoa a ação.
Infelizmente, relacionamentos entram em crise ou acabam quando este sentimento se faz presente na vida das pessoas.
É preciso ter cuidado e observar a Palavra de Deus que diz:
“Acima de tudo, meu filho, cuide bem do seu coração porque dele depende toda a sua vida” – Provérbios 4.23.
Pense nisto!